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Nova casa

21 Maio, 2007

…mudei-me para o SOS Acriticismo, um blog desenvolvido por uma equipa multidisciplinar, que partilha essencialmente os mesmos princípios do Whys and Wherefores.

Espero ver-vos por lá ;)

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Céu salazarento

3 Abril, 2007

Ecoam pela blogosfera sussurros sobre um certo liberal, de nome Oliveira Salazar. Os arautos do liberalismo salazarista, nomeadamente Pedro Arroja, parecem não conseguir discernir a incongruência óbvia entre um Estado Fascista e um Estado que assume políticas neoliberais.

Estas são facilmente condensadas em pontos chave, que pontos explícitos nos princípios de ambas as teorias: O primeiro defende um Estado Forte, um estado que intervem activamente na vida social, política e económica. O Corporativismo, conceito implementado no fascismo light de Salazar que figura entre os princípios unificadores do Estado Orgânico consiste numa economia centralizada, planeada em que o Estado assegura o direito ao monopólio do senhor corporativista, e este, homem de confiança do regime, contribui para fomentar a unidade política e económica.

Deixo agora ao leitor a tarefa de encontrar paralelos entre o laissez-faire e  uma economia centralizada, de carácter corporativista.

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Deus na Causa Formal

7 Março, 2007

Deus é, independentemente das suas propriedades metafísicas, um dispositivo de conveniência e necessidade, que se reflecte na dimensão pessoal e social do ser humano. Pessoal, na medida em que a psicogénese da religião e de Deus se situa na necessidade que o ser humano tem (desde que adquiriu as suas capacidades cognitivas superiores) em explicar o mundo o ambiente envolvente. As ideias e conceitos tradicionalmente associados à existência de um Deus/deuses pessoais (tais como a alma e a imortalidade desta, retenção da identidade, etcetera) são expressões dos um dos medos mais profundos da humanidade (a morte). A psicogénese da religião define-se, assim pelo facto de o ser humano necessitar de adquirir conforto, proveniente de uma rede coerente de explicações do meio envolvente, e do impulso de auto-preservação que é natural a todos os seres vivos.

Assim sendo, parece-me consistente a existência de um dispositivo biológico que se encontre na génese do impulso quase irresistível que aproxima o humano do sobrenatural.

Quando abordamos a questão, podemos assumir duas premissas opostas que influenciam o modo como podemos fazer esta possibilidade coexistir pacificamente com a nossa rede epistemológica:

1. Se assumirmos que Deus não existe, então o facto de existir um mecanismo biológico que subjaz as nossas crenças no sobrenatural não passa disso mesmo: um mecanismo que, tal como todos os outros, serve a directiva de autopreservação.

2. Se assumirmos, por outro lado, a existência de Deus, o facto de existir um mecanismo biológico que, literalmente, nos chama a atenção para a existência de algo divino, é facilmente integrável. Apesar de não ser muito coerente com a maioria das religiões monoteístas, que normalmente dão a conhecer o seu Deus através da Revelação; faz sentido para um panteísta clássico, por exemplo. Deus integra o meio fundamental para que possamos considerá-lo naturalmente, na Causa Formal dos seres humanos (ou seja, os seus genes).

Muitos dos apologistas da Concepção Inteligente não perderão tempo a apontar este facto enquanto prova a posteriori da existência de um ser superior, nomeadamente, o Deus abraâmico. Mas é uma indução fraca, e perde força se aplicarmos os princípios lógicos da Lâmina de Occam: a explicação apresentada em 1) é a mais provável, ao passo que a apresentada em 2) peca por não possuir qualquer dado analisável, por postular uma entidade com base em premissas duvidosas, e acrescentar entidades desnecessárias.

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De volta, o épico.

7 Março, 2007

Foi um mês confuso e agitado, este Fevereiro. O suficiente para me afastar da blogosfera durante um mês. Adivinha-se um RSS reader a borbulhar de actividade, com centenas de posts que não poderei, de forma alguma, digerir, pois a blogosfera fervilha numa imensa tempestade de ideias.

O acesso intermitente à Internet, aliado a uma súbita falta de inspiração, deixaram este pequeno cantinho metafísico, algures nos jardins de Akademeia, uma pequena confusão. Tentarei, por ora, acabar os dois dossiers que tenho em mãos (Platão e a Democracia, e Armas Nucleares), e seguir com os restantes projectos aos me propus.

Podem contar com os meus comentários nos vossos blogues, igualmente!

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Recuperar a educação e o prazer de aprender e ensinar: Uma visão.

12 Fevereiro, 2007

It was a lovely Greek spring day, when Pythagoras entered his university. He walked through the collonade built around a large free space with olive trees, orange trees and a little font in the centre. Young and old male and female students were already there, organized in little groups or sitting alone and meditating. Their whispering together with the tweeting of the birds around created a symphonic atmosphere. Aromas of rosemary, laurel and jasmine pleased the senses while Pythagoras presented his newest philosophical, religious and scientific thoughts to his audience. He used the surrounding nature as his source of inspiration as well as for demonstration. Everywhere around beauty and harmony, mysteries and miracles could be found.

Learning was not only a privilege, it was lived divine service.

What a comparison to nowadays – roughly two and a half millennia later learning seems dry, theoretical and subordinated to politics and economy. We have made great, enormous quantitative success in our sciences, but on the way we have lost quality. We lack the sense that science, learning, development is an integral part of our life and for that should serve us and our humaneness. Science was too long done for science’s sake, wanting to eliminate its main reference point – the human being – by “objectification”. On that way, a lot of people have lost interest and faith in science, using it but not really bothering about how it works.

http://en.wikiversity.org/wiki/Wikiversity:Vision

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De volta!

12 Fevereiro, 2007

Apesar de não ser muito estável nem fiável, existe um acesso à Internet no local onde vivo. A próxima edição segue em breve!

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Seguiremos Brevemente (espero)

30 Janeiro, 2007

O Whys and Wherefores encontrar-se-á suspenso por tempo indeterminado (que espero ser pouco tempo). Deve-se ao facto de estar iminente uma mudança de casa (o que é sempre chato) e à probabilidade de não existir acesso à Internet no local para o qual me pretendo mudar.

Claro que “tempo indeterminado” expressa uma dúvida relativamente ao período de tempo durante o qual o blogue se encontrará suspenso. Poderá ser três dias ou três meses. Mas fica a promessa da continuidade do Whys and Wherefores, assim que estiverem reunidas circunstâncias favoráveis.

Até já :)

Flávio Santos

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Diálogos com Sophia

27 Janeiro, 2007

Sophia é uma rapariga, na plenitude dos seus 19 anos, com quem mantenho correspondência filosófica. É de facto uma pessoa interessante, que medita activamente sobre as questões pertinentes que certamente já tomaram, em algum ponto do tempo, a alma do leitor de assalto. Entre as questões debatidas, podemos encontrar:

Qual é o sentido da vida?

Somos realmente livres?

O que podemos saber?

O que é a Verdade?

O que é a beleza? E a arte?

O que é real?

(…)

Estas e muitas outras questões, que preenchem animadamente as linhas de cada carta ou diálogo. O produto desses diálogos será apresentado no Whys and Wherefores, na secção «Diálogos com Sophia». Pretende-se abordar, de forma introdutória e despretensiosa, as grandes questões que pautam o pensamento filosófico.

Os leitores poderão ainda deixar questões de índole filosófica, ás quais tentaremos responder, de forma breve e concisa. O endereço de e-mail é o que se segue (em formato gráfico para evitar o spam):

metaphysiciansophia.png

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Liberdade de Expressão?

26 Janeiro, 2007

O semanário marroquino Nichane publicou, no passado dia 9 de Dezembro, um dossier que visava analisar, de uma perspectiva jornalística, algumas piadas populares entre os marroquinos (noukat) que possuem como tema a religião, a sexualidade, e a política.

Assim que a edição viu a luz do dia, iniciou-se uma campanha violenta contra a publicação. No dia 20 de Dezembro, é instaurada uma queixa contra o director do Jornal e contra a autora do dossier, com base na acusação de “ofensa aos valores sagrados”. Mais tarde, nesse dia, o semanário é proíbido (ilegalmente) por decreto do primeiro ministro marroquino.

 

(Via e adaptado de Diário Ateísta)

 

O direito a criticar assiste a qualquer ser humano, livre e consciente. Em Marrocos, é proíbido criticar o Rei e o Islão, assim como a ocupação do Sahara Ocidental por parte deste Estado. Um país no qual o pensamento é amordaçado, e sujeito ás correntes da religião e do Estado, é um país onde é negado um direito que assiste a todos os seres humanos: o direito à liberdade de expressão, de criticar as instituições e, dessa forma, potenciar mudança social.

Vale a pena sublinar que este não é um problema enfrentado unicamente pelo Nichane. Várias publicações marroquinas, que ousam criticar as instituições sociais incorrem na acusação de “ofensa aos valores sagrados”.

É da minha opinião que a liberdade de expressão é, igualmente, um valor fundamental, que não deve ser violado por instituição alguma.

É possível assinar uma petição electrónica, demonstrando solidariedade pela causa do Nichane, ou enviar uma carta ao Embaixador de Marrocos em Portugal (formato .doc, podendo ser imprimida e enviada por correio normal, ou por e-mail).

 

(Publicado simultaneamente em “Hempel’s Ravens“)

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A.H. de Oliveira Marques

26 Janeiro, 2007

Faleceu no dia 23 de Janeiro de 2007 A. H. (António Henrique Rodrigo) de Oliveira Marques, um dos grandes historiadores portugueses.
Este senhor, através da sua vasta obra, exerceu considerável influência no gosto que tomei pela História, desde os primeiros dias. Deixo assim o meu ‘obrigado’, e a minha homenagem sentida.

Artigo na Wikipedia em Língua Portuguesa

Página pessoal de A. H. Oliveira Marques